3 de jun. de 2009

ANTIGOS RABINOS




Uma bela e ilustrativa estória dos antigos rabinos contada por Jean Yves Leloup:

Num antigo reino, havia um rei e seu único filho herdeiro. O grave problema que o príncipe achava que era um peru e como tal vivia, ciscando e bicando grãos. O preocupado rei já havia tentado todos os tipos de terapia, das ortodoxas às alternativas e todas foram em vão. A verdade é que o príncipe sentia-se muito feliz vivendo como peru. O desesperado pai já estava a ponto de desistir, quando chegou a esse reino um sábio, desconhecido e simples.
Ao saber de sua presença, o rei pediu-lhe ajuda, pelo Amor de Deus, ao que o sábio compadecido, aquiesceu.
Então, para espanto e escândalo de todos. O sábio despiu-se totalmente e começou a ciscar e bicar grãos, como se fosse um peru.
Chocado com a cena, o rei rasgou suas vestes e clamou aos céus em brado.
E depois conformou-se, como é típico dos humanos.

O sábio, sendo um peru aproximou-se do príncipe-peru.

Ao vê-lo, o último protestou:
“O que você está fazendo aqui? Não vê que sou um peru? Deixe-me em paz!”.

Ao que o sábio-peru replicou: “Meu amigo, eu posso parecer um ser humano mas eu sou um peru como você”.

Ah, é...? exclamou o príncipe-peru, redendo-se ao encontro.

Ficaram amigos e o tempo passou.
Um dia, sábio-peru vestiu um short; o príncipe-peru reagiu indignado:

“Você está louco? Nós, os perus somos naturais e não vestimos nada! O que é esta coisa esquisita que você está usando...?

“ O sábio-peru ponderou calmamente: “Meu amigo, isto é secundário. Não é porque eu visto esta roupa que deixarei de ser peru, como você. Isto é insignificante, não se preocupe ? ”

“Ah, é?! Surpreendeu-se o príncipe-peru e acomodou-se.

O tempo passou e um dia o sábio-peru serviu-se de um prato da comida real.

“Você perdeu a razão?! Nós os perus , comemos grãos, minhocas e insetos. Que coisa esquisita é esta no seu prato? Denunciou revoltado o príncipe-peru.

“Querido Amigo, isto é secundário. O Que entra em nossos bicos não tem tanta importância; eu sigo como um peru, como você. Porque se perturbar com coisas insignificantes"

“Ah, é..?! acalmou-se o príncipe-peru.

O tempo passou e outros episódios similares sucederam-se.

Até que, numa manhã radiosa, o príncipe-peru sentou-se no trono real, para alegria de todos.

Ele havia retornado ao que era de fato, porque teve alguém que foi até ele onde ele se encontrava, ciscou e bicou grãos com ele e, passo a passo, facilitou que ele despertasse para sua REAL NATUREZA DE FILHO DO REI.


Esta estória nos faz recordar a presença dos pedagogos siderais que vieram ao planeta, para nos lembrar da filiação Divina. O Príncipe caiu em si, saiu das periferias do "Eu Pecador" para adentrar no centro do "Eu Redentor". A beleza da auto-comprensão transborda em auto-realização. É a gloriosa conquista da liberdade. A imersão no mundo rasteiro de uma vida material, do qual estava ingressado na pele de PERU, fez uma intercorrência ao egresso do Eu que levou ao regresso ao Divino Pai. Entre o ponto de partida e da volta, ocorreu uma grande evolução. Por isso, nunca somos iguais, ao que fomos quando partimos. A nossa chegada inclui a saida e o crescimento espiritual da trajetória percorrida.
Que os seres sencientes possam saciar da luz transbordante de amor, respirando-a, inspirando-a e conspirando para o despertar da consciência dormente, e caminhar em direção ao regresso... ao super regresso...
Amor e Plenitude aos despertos!

Referência bibliográfica:
1. CREMA, Roberto. Saúde e Plenitude, um Caminho para o Ser. 2ª Edição. São Paulo. Summus Editorial, 1995.

Um comentário:

Tereza Ferraz disse...

Oi Norma tem selo-presente la em viajantes alados.
Vai pegar.
Abraço Tereza Ferraz