30 de mai. de 2010

PARÁBOLA SOBRE O BAMBU


Num lugar distante, havia um lindo bambuzal. O vento soprava sereno e a brisa mansa permitia que o bambuzal se movimentasse desordenadamente de um lado para o outro, servindo para refrescar todo ambiente e movimentar com todas energias que estavam paradas.

E como todo bambuzal tem um dono, esse não era diferente: o dono desse bambuzal nesse dia coincidentemente chegou junto com o vento.

Qual foi a surpresa do bambuzal em ver o seu dono, todos naquele instante ficaram cheios de alegria e destemor, pois aquele que cuidava com tanto carinho deles chegava com seu sorriso para olhar sua estimada plantação. Porém havia no mesmo lugar ao lado um campo ermo, de difícil plantação, terra ressequida pertencente ao mesmo dono.

No bambuzal existia um bambu que era muito bonito, vivaz e sobressaia dos outros. Existia nele uma especial diferença sobre os outros bambus. Mas tudo era natural nele e, sua dedicação ao dono, o tornava cada vez mais diferente e bonito.E muitas vezes incomodava os outros bambus.

A felicidade desse bambu era ver seu dono chegando e contemplando-o com entusiasmo.

Porém, num certo dia de ventania, foi surpreendido por seu dono tão querido numa proposta que há muito tempo esperava. Era chegada a hora do bambu servir e com a mesma dedicação que tinha desde o seu nascimento. O dono do bambu chegou lá pelas 5 horas da tarde, olhou seu bambu amado, acariciou-o e lhe disse:

“BAMBU AMADO, CHEGOU O SEU TEMPO DE ME SERVIR E, ESTE É O MOMENTO.”

O bambu ficou entusiasmadíssimo com tal proposta e na intensidade que amava o dono, apressou-se em dizer:

“SIM AMADO DONO, SE A HORA É CHEGADA. EU ESTOU AQUI!”

O dono sabia desse "sim" e, logo amou mais ainda o bambu. Contudo, o dono do bambu teve que lhe falar sobre esse serviço especial e continuou dizendo:

“MAS PARA QUE ME SIRVA, BAMBU AMADO, TENHO QUE LHE TIRAR DO LUGAR EM QUE VOCÊ ESTÁ!”

O bambu estranhou pois sabia que isso iria prejudicá-lo muito, mas no mesmo instante disse ao dono:

"SABE DAS COISAS MEU DONO, E SABE DE MIM, ME ALEGRO E FAÇA COM QUE EU LHE SIRVA BEM!"

O dono mais alegre ainda continuou:

'BAMBU AMADO, NÃO BASTA QUE TE ARRANQUE DE SEU LUGAR MAS VOU PRECISAR CORTÁ-LO COM UM FACÃO PARA PARTÍ-LO AO MEIO!'

Surpreso, o bambu tentou entender a proposta e começou entristecer, pois sua beleza, seu encanto, sua firmeza, seu apoio, tudo seria tirado e, sua natureza de bambu não existiria mais. Porem, triste e sem entender encheu-se de alegria já comprometida, porém pensando na satisfação que seu dono teria com mais um SIM e não pensou e disse:

"SE ASSIM É QUE PRECISAS DE MIM QUE EU POSSA LHE ALEGRAR, EIS-ME AQUI. PRONTO!"

O dono sabia disso e, percebia que o bambu não estava tão alegre quanto o inicio da conversa mas, sabia da fidelidade do amado bambu. Não obstante, o dono lhe disse sem muitas palavras:

'AMADO BAMBU, MESMO QUE ME SIRVA AINDA PRECISO DIZER: NÃO LHE BASTA QUE O ARRANQUE E O CORTE COM UM FACÃO, É PRECISO QUE EU O SEQUE E DESCARACTERIZE TEUS JEITOS DE BAMBU, TUA BELEZA E MESMO TODA TUA ALEGRIA!'

O bambu, no silencio entristecido, derramava uma lágrima de dor profunda e de desentendimento. Já não sabia mais o porque disso tudo nem o porque de seu dono lhe queria assim. O maior sofrimento do bambu era por não entender esse amor que criou, permitiu que fosse o mais lindo e vistoso e de uma hora pra outra lhe pedia a própria morte.
Qual foi sua surpresa antes de responder ao dono, o mesmo indagou:

'MAS AMADO BAMBU, MESMO DEPOIS DISSO TUDO VOU PRECISAR TIRA-TE A VIDA E NUNCA MAIS SERÁS UM BAMBU!'

Foi nesse instante que o bambu simplesmente parou e não disse uma só palavra. Silenciou. Mas seu dono continuou:

"CONTUDO, BAMBU AMADO, VOU ARRANCAR-LHE O CORAÇÃO E TUDO O QUE NELE TEM, GUARDAREI ETERNAMENTE COMIGO E NUNCA ELE ME SERÁ ROUBADO. DE TUA CASCA TIRAREI O MELHOR: TEU CORAÇÃO...TEU TESOURO...TUA VIDA...SERÁS MAIS MEU DO QUE NESSA CONDIÇÃO DE BAMBU!"

Foi aí que o pobre bambu não entendeu os motivos do dono, mas o tipo de Amor que seu dono tinho por ele. Eles se amavam, e, sustentado por esse desentendimento que compreende todas as coisas, o bambu se voltou em prantos mas com um suave e sereno e lhe disse bem baixo mas convictamente:

'EU COMPREENDO QUE ME ENTENDES. E TANTO QUE ME ROUBAS O MELHOR! SOU TEU PRISIONEIRO E FAZ DE MIM O QUE PRECISAS!'

Foi aí que o dono consumou seus desejos: Arrancou o bambu, cortou-lhe ao meio com um facão, secou-o e descaracterizou-o e já sem vida nenhuma física lhe tirou o coração e guardou-o consigo para que nunca mais fosse roubado!

E o que era um vistoso e lindo bambu se tornava dois simples pedaços de coisa ressecada .Contudo, aquele nada se tornava o veículo de água para que se levasse umidade a muitas plantações da rica fazenda e, assim o saudoso bambu que era o bem mais precioso o dono tinha, teve grande utilidade para seu dono.

Acredito que o dono também chorava nesse instante até de saudade do bambu mas tinha seu coração guardado e isso bastava ao dono!

Queridos blogueiros, respire fundo pois este conto é comovente e, tenho certeza que o coração de cada um foi sensivelmente tocado... Agora, basta ouvir os lindos sons cordiais, que verberam noutras plagas, o caminho da lenda pessoal.

Me faz pensar numa pergunta:

- Será que estou preparada para ser esse bambu?

A história desse bambu é a historia de vocação de cada um de nós. Iremos ser podados, cortados, poderá ser muito dolorido, poderá ter sofrimentos, mas nosso coração será preservado. E num lugar seguro e muito especial, o nosso coração será tocado pela Luz Divina para que realizemos aquilo que nascemos para realizar, satisfazendo a vontade de Deus. E por esta razão devemos silenciar o coração para ouví-lo com amor. E humildemente dizer "SIM".

Paz Profunda!


ESSÊNCIA DO "CALAR"


Há muito momentos em nossa vida que possuimos a força e já temos certeza da escolha do caminho. Pode parecer aos olhos de muitos que estamos querendo muito mais do que somos capazes de conseguir.

Mas uma voz interna diz: - Vá em frente!

Despreze a opinião dos que, nem de longe, compreendem o que você está buscando e galgará mais um degrau que pode levar você à conquistas maiores.

Assim é o caminho espiritual, aquele que possui a força é visto como louco aos olhos dos que não o entendem. Ao usar a força para ajudar o mundo é preciso nunca ser visto.

Esta é a essência do CALAR dos verdadeiros ocultistas.
E a essência de tornar-se INVISÍVEL do xamanismo

E assim, os anacoretas se retiram da vida mundana, para simplesmente calar, todavia este calar não é não uma fuga, como muitos assim a interpretam.

Acredito que vocês conhecem os quatros verbos dos ensinamentos ocultistas, segundo Eliphas Levi, estes verbos são: SABER, OUSAR, QUERER e CALAR.

A grande experiência de transcendência mostra que estes quatros verbos podem ser conjugados solitariamente, mas pode ser unidos promovendo outra transmutação para alma, descortinando um mundo novo no caminho evolutivo.

Saber calar. Querer calar. Ousar calar.

Desta forma o "SABER CALAR", detém a sabedoria de silenciar, exatamente na hora certa em que deve-se emudecer. A palavra certa na hora errada é um tiro na culatra. A palavra certa na hora certa, muda toda a história. Assim sendo percebemos numa clareza palmar, que precisamos estar atentos para as oportunidades de "SABER CALAR", ter sensibilidade para falar na hora exata e de calar quando necessário.

Então, não basta apenas "CALAR", tem que "QUERER CALAR", esta energia o detém o poder de sua vontade, tem o domínio de seu livre arbítrio. Este querer manso, da vontade, do coração e da fala. Quando o "sim" é "sim" a vida se torna mais leve, suave e bela Quando o "não" é sim, é um potencial candidato a ter um colapso do miocárdio.

E por último "OUSAR CALAR" este é caminho solitário do ocultista, ele sabe a hora de ousar calar, sair do mundo para refazer sua alma, para planejar novos trajetórias ocultas e para adentrar ao mundo do desconhecido. Lembrando o outro princípio dos ocultistas que dizia: O Bem é silencioso, o Mal por si só é falastrão.
Ousar calar, é o ativo silêncio dos ocultistas, para transformar conhecimento em sabedoria, é preciso ousar calar. Nestes momentos é necessário calar para angariar lucidez e sentatez na instalaçao do bem. O mal tem muitos ouvidos e pode obstruir o canal do bem. Por isso, inúmeros mestres estiveram silenciosos por certo período, nada explanava sobre seus projetos porque eles ousavam calar, para realizar.

No xamanismo, com muita sabedoria eles ensinam ser invisível, que por analogia pode comparar com "ousar calar", torna-se uma pessoa comum, não chamar atenção para si mesmo. Caminhar com muita cautela, muito cuidado, como se estivesse pisando em pele de ovo, sem o direito de rompê-la. Na vida de muitos ocultistas, pode ser considerado a utilização do 'ousar calar' como um esconderijo, noutras vezes os mestres podem ser apenas discretos.

Este é o caminho essencial do "calar", e que muitas vezes pode parecer ao mundo, que aquele que sabe calar, é um bobo, é um fraco. Mas, é um momento essencial para a grande abertura rumo ao desconhecido mediante a visão transmundana.

Bem , creio que todos amigos blogueiros, que visitam este blog, tem conhecimentos suficientes para compreender esta conjugação do verbo "calar " como faziam os ocultistas.
Fica uma pergunta, como está seu lado ocultista?

Paz Profunda!
Felicidades.

29 de mai. de 2010

TAREFAS DIÁRIAS


Mosteiro é o lugar onde os peregrinos em procura intensa de Deus, desejosos de sentir e de perceber Deus enveredam num projeto comunitário de vida. As pessoas que decidem viver no Mosteiro chamam-se monjas ou monges e seu estilo de vida é chamado de vida monástica.

A prática do monge Zen se realiza no bodhimanda, recinto que todos os mosteiros Zen têm no Japão, é um lugar de exercício prático, no que devem permanecer vários anos.

A vida no bodhimanda está muito longínqua da vida moderna. Neste lugar se carece de todos os avanços e o importante é a laboriosidade na vida quotidiana. Assim pois, não encontramos, por exemplo, costumes comerciais ou propagandísticas. Tampouco achamos estabelecimentos para a vida intelectual e científica. Em verdade, as comodidades e a vida fácil estão ausentes.

No entanto, aqui há espírito sério para procurar uma verdade de alto nível e também há uma fé forte para obter uma sabedoria para cortar o sofrimento da vida. Também para conseguir as virtudes fundamentais e sociais, para abrir o caminho do bem dos outros e para a paz do mundo.

A vida do Zen não é só em benefício do desenvolvimento individual dos frades, mas como membros que são da sociedade. Implica a formação de bons e honestos cidadãos.

A vida do Zen passa por cinco fases importantes:

1. Paciência. 2. Laboriosidade. 3. Virtuosismo. 4. Agradecimento. 5. Perfeição.

Estes cinco pontos constituem o processo do exercício. Ao princípio, para ser admitido como membro tem-se que passar uma prova e certificar ser discípulo de algum mestre.

Após a chegada do monge, que ensina o seu certificado, se lhe nega a entrada como costume. Ele tem que rogar muitas vezes com reverência ser admitido e ao princípio só terá como resposta ser expulso à força.

O monge, fora da porta, começa fazendo meditação e espera firmemente. Parece que não têm amabilidade, mas realmente tudo isto já é um exercício onde se põe à prova o seu animo ou desânimo. Desde o princípio não há contemplações.

O monge tem que aguentar qualquer incomodidade. Não há descanso para os que procuram as verdades, se hão de passar todas as dificuldades. Assim pois, se sucede uma e outra rejeição e depois de uns cinco dias o receberão para ser admitido e fazer exercício no dojo. À continuação se lhe ensinará as normas do mosteiro.

ACUMULAR AS VIRTUDES OCULTAS (*)

Na vida do mosteiro Zen dedicar-se à cozinha é ter uma boa oportunidade para acumular as virtudes ocultas.

O serviço voluntário é realizar o trabalha correspondente sem queixar-se nem uma palavra nem pensar na recompensa individual material nem espiritual.

O problema principal para os cozinheiros é guisar bem as matérias dadas para sustentar a saúde do público. No entanto, na cozinha do mosteiro Zen não há nenhuma matéria para suscitar o apetite dos que querem comer bem. No entanto, todas as comidas podem ter sabor com utilização das especiarias. Em geral, os que têm uma educação têm tendência a desprezar este tipo de trabalho. No entanto, os frades de Zen não distinguem estes trabalhos como de nível alto ou baixo.

Porque se eles encontram uma boa oportunidade de servir aos outros a aproveitam com alegria e realizarão o trabalho com toda a sua alma.

O exercício no mosteiro Zen não é só para desenvolver a habilidade interior do indivíduo, mas também para desenvolver o caráter moral como membro da sociedade.

Na vida do mosteiro Zen o principal é, como se disse "não gastar mal" (desperdiçar), especialmente isto pode-se aplicar à cozinha com rigidez. Porque na cozinha se tende a jogar fora um pedaço de verdura, uns grãos de arroz ou trigo.

Na vida do mosteiro Zen, embora a comida não seja muito boa, o comer é um dos assuntos mais importantes. Se come duas vezes ao dia. Depois de comer se lêem os cinco capítulos em relação com a comida. 1. Se nós somos dignos de receber esta comida realmente. 2. A comida tem que ter uma relação com as nossas virtudes. 3. A comida tem o objetivo de evitar faltas tais como cobiça, etc. 4. A comida é ingerida como boa medicina, a fim de manter o corpo em estado saudável. 5. Para realizar a vida da virtude, tomemos esta comida.

Durante a comida não pode-se falar e se realiza em silêncio e ordem. As "virtudes ocultas" não procuram recompensa nem no céu nem na terra.

Na nossa vida social sempre estamos procurando uma recompensa que não corresponde à nossa atitude, e se não podemos conseguir esta recompensa nos sentimos descontentes e se nos sentimos descontentes isto nos causa muitas dificuldades na nossa vida diária. A nossa vida humana não está dominada pelo princípio econômico. Há algo mais importante na nossa vida. Quando se entende este algo mais importante se consegue a paz e a felicidade que estamos procurando.

O ensino do budismo nos diz a importância do "vácuo" não só no campo filosófico, mas nos recomenda também recolher o ensino do vácuo praticamente. Quando não se faz isto, ao "actuarem as virtudes ocultas" estas serão artificiais e por conseguinte hipócritas.

Quando entendemos o espírito de "vácuo", a tarefa que odiamos não será tão ruim, mas alegre. Por exemplo, para limpar o banheiro, no mosteiro Zen os frades não se queixam, porque eles estão educados para trabalhar com o esforço máximo em qualquer trabalho.

A parte do valor social ou moral, a postura espiritual de cada um tem a sua origem no ponto de vista Zen.

Os antigos monges que entravam nos monastérios em busca da Luz iniciavam seu dia com tarefas difíceis. Limpavam banheiros, capinavam o jardim, descascavam batatas na cozinha. Depois dessas tarefas cumpridas, podiam descansar, orar, e meditar. Sentiam dentro de si o prazer do dever cumprido e alcançavam a cada tarefa um bônus para prosseguir em sua senda espiritual.

Na vida, não existe tarefa melhor ou pior, mais digna ou menos digna! Por essa razão, é importante fazermos uma reflexão sobre o que realmente fazemos para remover os obstáculos de nossa frente. Devemos refletir sobre o que fazemos em nosso dia-a-dia somente para receber o reconhecimento, o aplauso, o respeito dos outros ou para conquistar cada vez mais bens materiais.

O Ego nos sugere essas tarefas, como já repeti várias vezes em meus artigos. O EU Interior não precisa de reconhecimento exterior, ele cumpre as tarefas mais árduas, mais difíceis sem esperar nada em troca, porém, com a certeza elas lhe fornecerão a chave para alcançar a próxima etapa do 'vídeo game'.

Mesmo não trazendo um reconhecimento imediato, são elas que permitirão que alcancemos a próxima etapa. Com essas chaves poderemos abrir as portas, do bem-estar, da saúde, da harmonia, da prosperidade, da fertilidade, enfim, da felicidade interior, segundo nosso merecimento.

Amigos blogueiros, cumpra suas tarefas e ganhe um 'bônus extra' ou ' bônus hora' ou qualquer bônus a cada dia e sua vida se tornará mais fácil. Doe e receberá: a prosperidade é uma via de mão dupla! Seja generoso e receberá com generosidade, seja compassivo e receberá compaixão e auxílio em caso de necessidade. Lembre-se, você pode transformar os obstáculos em "Bônus" para alcançar vitórias evolutivas.

Fiz uma adptação de um texto que peguei na internet, mas não me lembro onde achei. Se vocês encontraram, me informe, por favor.

(*) Extractos baseados na leitura de "O exercício e a vida do mosteiro" D. T. Suzuki. Shun Yu Sha. Tóquio, 4 a ed. 1966. Esta parte é complemento do tema "As artes marciais como prática vinculada ao zen".

Referência bibliográfica:

D. T. Suzuki. Shun Yu Sha. O exercício e a vida do mosteiro. As artes marciais como prática vinculada ao zen. Tóquio, 4ª edição, 1966.


27 de mai. de 2010

GRANDE MULHER


“Muitas vezes as pessoas são egocêntricas, ilógicas e insensatas. Perdoe-as assim mesmo.

Se você é gentil, as pessoas podem acusá-lo de interesseiro. Seja gentil assim mesmo.

Se você é um vencedor,terá alguns falsos amigos e alguns inimigo verdadeiros. Vença assim mesmo.

Se você é honesto e franco,as pessoas podem enganá-lo. Seja honesto e franco assim mesmo.

O que você levou anos para construir,alguém pode destruir de uma hora para outra. Construa assim mesmo.

Se você tem paz e é feliz,as pessoas podem sentir inveja. Seja feliz assim mesmo.

O bem que você faz hoje pode ser esquecido amanhã. Faça o bem assim mesmo.

Dê ao mundo o melhor de você, mas isso pode não ser o bastante.
Dê o melhor de você assim mesmo.
Veja você que, no final das contas, é tudo entre você e Deus.
Nunca foi entre você e os outros.”
(Madre Teresa)

Gente Que Faz!
Grandes lições desta mulher especial
Paz Profunda!

26 de mai. de 2010

LEMBRANÇAS PODEM SER APAGADAS





Se você pudesse esquecer, para sempre, um momento da sua vida, qual você escolheria? Uma solução radical para traumas como esses pode estar a caminho. Cientistas desenvolvem um método que elimina da memória aquelas lembranças que ainda doem, aquelas que nem o tempo apaga.


Imagine que pessoas são nossos neurônios, as células que formam o cérebro. Quando experimentamos algo inédito, visitamos um lugar novo, por exemplo, os neurônios ativados pela novidade se comunicam por raios elétricos, formando conexões. Essas conexões entre os neurônios são a nossa memória. E o que se descobriu agora é que elas podem ser desfeitas. A memória pode ser apagada.

Na Universidade Estadual de Nova York, a equipe liderada pelo neurocientista Andre Fenton fez duas descobertas importantes.

Primeiro, que uma proteína chamada PKMzeta é a principal responsável pelo armazenamento das nossas lembranças.

"Quando você decide recuperar uma certa lembrança, de alguma maneira, essa proteína faz com que os neurônios se tornem eletricamente ativos outra vez. Então você pode reviver aquela experiência", explica o neurocientista.

E ainda mais intrigante: eles descobriram que é possível apagar a memória.

O experimento foi feito com ratos e camundongos, mas os cientistas apostam que o resultado em seres humanos seria muito parecido.

Os animais foram colocados numa espécie de carrossel. E a cada vez que passavam por uma área determinada tomavam um pequeno choque.

Com a repetição do treinamento, eles guardavam aquela informação na memória e raramente voltavam à zona perigosa.

Depois de alguns dias longe do carrossel, os ratos que não foram tratados lembraram direitinho da área de choque. Mas e aqueles que receberam injeções na parte do cérebro responsável pela memória?

"Depois de injetar a substância, nós cruzamos os dedos, colocamos o animal na arena e ele se comportou como se estivesse pisando ali pela primeira vez", lembra Andre Fenton.

A substância, batizada de ZIP, destruiu, entre os neurônios, as conexões responsáveis por uma parte da memória.

E na famosa área de choques do carrossel, os ratos passearam ingenuamente - sem qualquer lembrança do passado.

"Então faltava responder a mais uma pergunta. Será que eles podiam voltar a aprender?", conta o doutor.

Se os ratos fossem capazes de aprender outra vez, seria a confirmação de que apagar algumas lembranças não traz problemas à memória.

E o pesquisador não esconde o orgulho: "Foi exatamente o que aconteceu".

Agora, pesquisadores do mundo inteiro começam a pensar no que seria um gigantesco passo da neurociência: será que podemos, então, apagar algumas partes indesejáveis escondidas nas profundezas da nossa memória?

Poderíamos eliminar a parte responsável, por exemplo, por um vício? Ou apagar um trauma, qual seria? Talvez uma despedida que deixasse marcas profundas, um adeus de quem nunca mais veremos na estação de trem? Quantas horas… Quantos problemas…

Quantos momentos da nossa vida poderíamos apagar? Se fosse possível, o que você apagaria?

No filme "Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças", Joel descobre que foi apagado da memória de Clementina, e decide fazer o mesmo. O tratamento numa clínica de fundo de quintal é demorado. O personagem é obrigado a lembrar da namorada o máximo possível pra mostrar aos médicos as áreas do cérebro onde há registros daquele amor perdido. E depois tudo referente a ela é apagado.

O filme tem alguma base científica, mas o doutor Fenton acha que vai demorar pra ficção hollywoodiana se transformar em tratamento.

"Acho que poderemos apagar algumas partes da memória de uma pessoa. Mas não com a precisão cirúrgica que o filme imagina", explica André.

Segundo o pesquisador, ao apagar a lembrança indesejada, apagaríamos também partes boas da nossa memória. Quem se arriscaria?

Por via das dúvidas, os pesquisadores já estão à procura de uma substância que possa mostrar aos cirurgiões o ponto exato do cérebro em que cada memória se manifesta.

No futuro, se essa substância existir, seria então possível fazer cirurgias precisas e apagar pequenos momentos da nossa memória. Mas os pesquisadores pensam também em outra alternativa pra essa descoberta: melhorar a nossa memória. E com isso ajudar no tratamento de doenças, como o mal de Alzheimer, ou aquele esquecimento que às vezes aparece, pouco a pouco, quando a gente envelhece.

Bem, sempre estou postando algo interessante das pesquisas científicas, para atualizar conhecimentos. Eu ainda acredito que não poderia acontecer tal fenômeno em sua aplicação na prática, na justa medida em que, a secção total da memória - como no caso de amnésia total - apagaria tantos os bons momentos como os ruins, e perderíamos a identidade. Bem, vamos esperar novas notícias desta pesquisa. Enquanto isto, não usem a substância denominada ZIP, risos.

PAZ PROFUNDA!

Fonte: Revista Galileu meio/2010. nº. 226. http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1082605-15605,00.html


25 de mai. de 2010

CIÊNCIA VOLTA OS OLHOS PARA O ESPIRITISMO


A ciência tem estudado, embora com resistência, Chico Xavier e os fenômenos do espiritismo. A antropologia é uma das áreas que mais se dedicam a pesquisar o tema. A antropóloga Sandra Stoll, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), autora do livro Espiritismo à brasileira (Edusp/Editora Orion, 2003), afirma que há diferença entre o espiritismo codificado pelo francês Allan Kardec e o difundido pelo brasileiro Chico Xavier: enquanto na França pós-iluminista, laica e racionalista, o espiritismo não encontrou espaço para se proliferar, o Brasil foi terreno fértil para a doutrina, que aqui ganhou ares de religião.

“Kardec afirmava ser o espiritismo uma doutrina racional, pautada em fatos objetivos, sistematicamente compilados, os quais revelavam o caráter natural de determinados fenômenos até então considerados mágicos”, observa. O coordenador da pós-graduação em filosofia da Universidade de Brasília (UnB), Agnaldo Portugal, lembra que, segundo Kardec, a doutrina espírita se baseia no tripé ciência, filosofia e moral. “É no Brasil que o espiritismo se firma como religião. Havia influência muito forte da cultura africana, que não vê distinção entre os mundos natural e sobrenatural”, diz.

O teólogo Fernando Altemeyer, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), destaca que o Brasil reúne 90% dos espíritas do mundo. “Isso é um dado que deve ser objeto de estudo das ciências sociais e humanas”, enfatiza. Altemeyer, porém, não vê espaço para a pesquisa do espiritismo no âmbito das ciências naturais: “São incompatíveis”. O físico Álvaro Vannucci, da Universidade de São Paulo (USP), discorda: “Os fenômenos espirituais devem seguir um conjunto de leis naturais, só que a ciência ainda não descobriu”, acredita ele, que é espírita. Vannucci cita que a Universidade da Virgínia (EUA) estuda a reencarnação, preceito da doutrina.

O neurocientista Sérgio Felipe Oliveira, professor de medicina e espiritualidade da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), realiza há 22 anos estudo que tem revelado que cérebros de pessoas com componentes mediúnicos se comportam de maneira diferente. “Há peculiaridades. Esse fenômeno vem, muitas vezes, misturado a sintomas clínicos, como epilepsia, transtorno bipolar, doença autoimune, depressão. São alterações que não caracterizam diagnóstico de doença”, explica. Oliveira cita que a questão de espiritismo já começa a ser considerada pela medicina. O Código Internacional de Doenças, da Organização Mundial de Saúde, estabelece diagnóstico de transe e possessão, doença espiritual.

A parapsicologia também estuda fenômenos espíritas, embora haja certo preconceito em reconhecê-la como ciência. De acordo com o fundador do Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas, Valter da Rosa Borges, a disciplina explica psicografia como captação do médium, por telepatia, de informações do inconsciente do familiar da pessoa morta. “Não é que a parapsicologia negue a vida após a morte, mas seu objeto de estudo é a mente humana. Na visão parapsicológica, Chico Xavier, como outros médiuns, colhe do parente vivo informações sobre o morto. Por isso, escreve detalhes que só a família saberia”, complementa a parapsicóloga Salete Rêgo Barros. Valter Rosa Borges admite que a parapsicologia “ainda não tem resposta” para a maioria das perguntas. (Publicado em 03.04.2010, às 08h05 Wagner Sarmento Do Jornal do Commercio).

Esta imagem de Allan Kardec foi criada e produzida por Pasquale Giacobelli é uma reconstituição histórica da imagem do Codificador do Espiritismo, realçando os detalhes e traços fisionômicos. A jaqueta de couro é um equívoco da inovação digital, a imagem acompanha curiosamente as características fotográficas anteriores.

A imagem foi publicada no site da CGS-SOCIETY - Sociedade de Artistas Digitais... O endereço do site é http://forums.cgsociety.org/showthread.php?t=817561

São boas notícias para se ler.

Paz e Bem!

Fonte:Publicado em 03.04.2010, às 08h05 Wagner Sarmento Do Jornal do Commercio
http://observadorespirita.blogspot.com.

24 de mai. de 2010

O CAVALEIRO E A SERPENTE



Existe um provérbio que diz: "A oposição do homem instruído é melhor que o apoio do tolo".

Eu, Salim Abdali, atesto ser isto certo tanto nos níveis mais elevados da existência, como nos mais baixos.

Tal constatação se faz mais evidente na tradição dos Sábios, que vieram a difundir a história do Cavaleiro e da Serpente.

"Um cavaleiro, do alto de sua privilegiada posição, viu como uma serpente venenosa se insinuava garganta adentro de um homem adormecido. O cavaleiro sabia que se deixasse aquele homem dormir, certamente o veneno o mataria.

Sendo assim, sacudiu com força o dorminhoco até despertá-lo. Sem perda de tempo, obrigou-o a ir a um lugar onde havia várias maçãs apodrecidas, jogadas ao solo, e o forçou a comê-las. Depois, fez com que ele bebesse grandes goles d'água de um riacho.

Enquanto isso acontecia, o homem tentava escapar, gritando:

- Que fiz, inimigo da humanidade, para que abuse de mim desta maneira?

Finalmente, quando já estava quase exausto e caía a noite, o homem deixou-se cair ao chão e aí vomitou as maçãs, a água e a serpente. Quando viu o que havia expelido compreendeu o ocorrido, pedindo perdão ao cavaleiro.

Esta é a nossa condição. Ao ler estas linhas, não tomem história por alegoria, nem alegoria por história. Os que são dotados de conhecimento tem responsabilidade. Aquele que carecem de conhecimento, nada possuem além de conjecturas.

O homem que foi salvo disse:

- Se você me tivesse dito o que ocorria, eu teria aceito seu tratamento de bom grado.

- Se eu lhe contasse então, você não teria acreditado. Ou ficaria paralisado pelo terror. Ou teria fugido. Ou mergulharia no sono de novo, buscando esquecer. E aí não haveria tempo para salvá-lo.

Após dizer tais palavras, o cavaleiro esporeou sua montaria e desapareceu. "(Rumi)


Recebi esta mensagem num PPS, achei tão bonita e significativa, que estou postando aqui para todos nós possamos parar um pouco, e percebermos que as aparências enganam.
Paz Profunda!

Fonte: Idries Shah. Histórias dos Dervixes. Editora Nova Fronteira, 1976.

23 de mai. de 2010

DOZE PRATOS

Um príncipe chinês orgulhava-se de sua coleção de porcelana, de rara quão antiga procedência, constituída por doze pratos assinalados por grande beleza artística e decorativa.

Certo dia, o seu zelador, em momento infeliz, deixou que se quebrasse uma das peças.


Tomando conhecimento do desastre e possuído pela fúria, o príncipe condenou à morte o dedicado servidor, que fora vítima de uma circunstância fortuita.

A notícia tomou conta do Império, e, às vésperas da execução do desafortunado servidor, apresentou-se um sábio bastante idoso, que se comprometeu a devolver a ordem à coleção, se o servo fosse perdoado.

Emocionado, o príncipe reuniu sua corte e aceitou a oferenda do venerando ancião.

Este solicitou que fossem colocados todos os pratos restantes sobre uma toalha de linho, bordada cuidadosamente, e os pedaços da preciosa porcelana fossem espalhados em volta do móvel.

Atendido na sua solicitação, o sábio acercou-se da mesa e, num gesto inesperado, puxou a toalha com as porcelanas preciosas, atirando-as bruscamente sobre o piso de mármore e arrebentando-as todas.

Ante o estupor que tomou conta do soberano e de sua corte, muito sereno, ele disse:

* Aí estão, senhor, todos iguais conforme prometi. Agora podeis mandar matar-me.

Desde que essas porcelanas valem mais do que as vidas, e considerando-se que sou idoso e já vivi além do que deveria, sacrifico-me em benefício dos que irão morrer no futuro, quando cada uma dessas peças for quebrada.

Assim, com a minha existência, pretendo salvar doze vidas, já que elas, diante desses objetos nada valem.

Passado o choque, o príncipe, comovido, libertou o velho e o servo, compreendendo que nada há mais precioso do que a vida em si mesma. (Joana de Ângelis)


Amigos blogueiros, tem uma música que diz:

"A gente briga diz tanta coisas que não quer dizer.

Fica pensando que não vai sofrer, que não faz mal se tudo terminar."

Mas aí... vem a ressaca moral. Que fizemos nós????

São inúmeras vezes que deixamos o nervosismo exacerbado, tornar-se o lugar mais importante as nossas vidas e palavras grosseiras são verbalizadas e ferem a pessoas a quem amamos.
Quantas coisas colocamos na frente do amor, do respeito, da compreensão?
Fica uma reflexão para meditarmos, se não estaremos matando por um prato quebrado...

Paz Profunda!

20 de mai. de 2010

O DIFICIL ECUMENISMO



Há muito tempo atrás eu convidei um Coral das Mães de alunos de um Colégio Católico, para cantar numa comemoração de aniversário de uma Casa Espírita, era a festa de 90 anos de existência. E muitas mães de recusaram a cantar, mas a maestrina convenceu a todos de participar deste evento, o que foi super legal, face o tratamento fraterno que lhe ofertamos. Nota 10 para esta maestrina, é gente que faz a diferença!

Um dos basilares arautos do ecumenismo foi o Papa João XXIII, mas a realidade é muito dura na prática, Este texto também fala sobre esta "recusa" em participar de um evento espírita e, foi escrito por Ed René Kivitz, cristão, pastor evangélico, e "santista desde pequenininho”, sobre um fato parecido, ocorrido com alguns jogadores do Santos, ter-se negado participar da prática da caridade numa casa espírita, por serem Evangélicos.

É uma ótima reflexão sobre a diferença de RELIGIÃO e ESPIRITUALIDADE.


O texto mais lúcido que li sobre o episódio envolvendo os jogadores do Santos numa visita ao Lar Espírita Mensageiros da Luz, que cuida de crianças com deficiência cerebral para entregar ovos de Páscoa. Uma parte dos atletas, entre eles, Robinho, Neymar, Ganso e Fabio Costa, se recusaram a entrar na entidade e preferiram ficar dentro do ônibus do clube, sob a alegação de que são evangélicos.

"Os meninos da Vila pisaram na bola. Mas prefiro sair em sua defesa. Eles não erraram sozinhos. Fizeram a cabeça deles. O mundo religioso é mestre em fazer a cabeça dos outros. Por isso cada vez mais me convenço de que o Cristianismo implica a superação da religião, e cada vez mais me dedico a pensar nas categorias da espiritualidade, em detrimento das categorias da religião.

A religião está baseada nos ritos, dogmas e credos, tabus e códigos morais de cada tradição de fé. A espiritualidade está fundamentada nos conteúdos universais de todas e cada uma das tradições de fé.

Quando você começa a discutir quem vai para céu e quem vai para o inferno, ou se Deus é a favor ou contra à prática do homossexualismo, ou mesmo se você tem que subir uma escada de joelhos ou dar o dízimo na igreja para alcançar o favor de Deus, você está discutindo religião. Quando você começa a discutir se o correto é a reencarnação ou a ressurreição, a teoria de Darwin ou a narrativa do Gênesis, e se o livro certo é a Bíblia ou o Corão, você está discutindo religião. Quando você fica perguntando se a instituição social é espírita kardecista, evangélica, ou católica, você está discutindo religião.

O problema é que toda vez que você discute religião você afasta as pessoas umas das outras, promove o sectarismo e a intolerância . A religião coloca de um lado os adoradores de Allá, de outro os adoradores de Yahweh, e de outro os adoradores de Jesus. Isso sem falar nos adoradores de Shiva, de Krishna e devotos do Buda, e por aí vai. E cada grupo de adoradores deseja a extinção dos outros, ou pela conversão à sua religião, o que faz com que os outros deixem de existir enquanto outros e se tornem iguais a nós, ou pelo extermínio através do assassinato em nome de Deus, ou melhor, em nome de um deus, com d minúsculo, isto é, um ídolo que pretende se passar por Deus.

Mas quando você concentra sua atenção e ação, sua práxis, em valores como reconciliação, perdão, misericórdia, compaixão, solidariedade, amor e caridade, você está no horizonte da espiritualidade, comum a todas as tradições religiosas. E quando você está com o coração cheio de espiritualidade, e não de religião, você promove a justiça e a paz. Os valores espirituais agregam pessoas, aproximam os diferentes, fazem com que os discordantes no mundo das crenças se dêem as mãos no mundo da busca de superação do sofrimento humano, que a todos nós humilha e iguala, independentemente de raça, gênero e, inclusive, religião.

Em síntese, quando você vive no mundo da religião, você fica no ônibus. Quando você vive no mundo da espiritualidade que a sua religião ensina – ou pelo menos deveria ensinar, você desce do ônibus e dá um ovo de páscoa para uma criança que sofre a tragédia e miséria de uma paralisia mental."

Bem, gente fica aí uma reflexão sobre o ecumenismo tão falado e pouco realizao na vida prática.
E você amigo blogueiro, como se porta diante de uma situação desta?
Paz Profunda!


A GRANDEZA DE DEUS


Uma pobre senhora, com visível ar de derrota estampado no rosto, entrou num armazém, se aproximou do proprietário conhecido pelo seu jeito grosseiro, e lhe pediu fiado alguns mantimentos.

Ela explicou que o seu marido estava muito doente e não podia trabalhar e que tinha sete filhos para alimentar.

O dono do armazém zombou dela e pediu que se retirasse do seu estabelecimento. Pensando na
necessidade da sua família ela implorou:

"Por favor senhor, eu lhe darei o dinheiro assim que eu tiver..."..

Ele lhe respondeu que ela não tinha crédito e nem conta na sua loja.

Em pé no balcão ao lado, um freguês que assistia a conversa entre os dois se aproximou do dono do armazém e lhe disse que ele deveria dar o que aquela mulher necessitava para a sua família, por sua conta.

Então o comerciante falou meio relutante para a pobre mulher:"Você tem uma lista de mantimentos?"

"Sim", respondeu ela.

"Muito bem, coloque a sua lista na balança e o quanto ela pesar, eu lhe darei em mantimentos"!

A pobre mulher hesitou por uns instantes e com a cabeça curvada, retirou da bolsa um pedaço de papel, escreveu alguma coisa e o depositou suavemente na balança.

Os três ficaram admirados quando o prato da balança com o papel desceu e permaneceu embaixo.

Completamente pasmado com o marcador da balança, o comerciante virou-se lentamente para o seu freguês e comentou contrariado: "Eu não posso acreditar!".

O freguês sorriu e o homem começou a colocar os mantimentos no outro prato da balança.

Como a escala da balança não equilibrava, ele continuou colocando mais e mais mantimentos até não caber mais nada.

O comerciante ficou parado ali por uns instantes olhando para a balança, tentando entender o quehavia acontecido...

Finalmente, ele pegou o pedaço de papel da balança e ficou espantado pois não era uma lista de compras e sim uma oração que dizia: "Meu Senhor, o Senhor conhece as minhas necessidades e eu estou deixando isto em Suas mãos..."

O homem deu as mercadorias para a pobre mulher no mais completo silêncio, que agradeceu e deixou o armazém.

O freguês pagou a conta e disse: "Valeu cada centavo.." Só Deus sabe o quanto pesa uma oração...

Jamais desista daquilo que você realmente quer. E faça por merecer que a vida é sábia e retribui.


Luz e


Achei este vídeo tão lindo que quero partilhar com vocês.
Minha luz envolve sua luz.
Paz Profunda!


18 de mai. de 2010

OS DEGRAUS DO BEM


É bastante conhecida a frase de Sartre: “Os outros são o Inferno”. Mas André Luiz nos propõe o contrário: os outros são o céu. Quando compreendemos bem a necessidade da vida social, aprendemos que os obstáculos são degraus de uma escada que temos de subir. Esses obstáculos estão precisamente nos outros. Porque são os outros que nos negam as facilidades que desejamos obter, que procuram afastar-nos do seu caminho ou utilizar-nos como instrumentos para as realizações deles, em detrimento das nossas.


Mas se estamos na vida para desenvolver nossas faculdades, para aprender a superar dificuldades, é claro que os obstáculos são os recursos de que dispomos para o nosso aprimoramento. Uma corrida de obstáculos é um treinamento valioso para o atleta. E nós todos nada mais somos do que atletas do espírito, desenvolvendo na vida as nossas habilidades.

O atleta desenvolve os músculos, a agilidade, o equilíbrio. O espírito desenvolve a inteligência, o pensamento, a compreensão, o amor. Mas sem os outros pela frente não teríamos a possibilidade de treinar. Na proporção em que fracassarmos nas relações sociais iremos sendo forçados a procurar novos meios de agir. E então perceberemos que encarando os outros como irmãos e não como adversários conseguiremos superar os obstáculos.

Deus é o Bem Supremo. Os outros são os degraus da escada que nos leva a Deus. Pensando em Deus e fazendo o bem ao próximo, estaremos subindo a escada do verdadeiro sucesso. Temos de anular no presente as reações do mal que fizemos no passado. São essas reações que nos atrapalham. Aprendamos agora a fazer o bem aos outros e Deus nos retribuirá com o bem dos outros a nosso favor.
(Por Irmão Saulo - Do livro: Diálogo dos Vivos, Médium: Francisco Cândido Xavier e J. Herculano Pires)

Com AMOR,

17 de mai. de 2010

O VERDADEIRO DISCÍPULO

Definição de um Verdadeiro Guru

Oh Mestre Imortal! Te reverencio como a palavra em voz alta do Deus silencioso. Te reverencio como a porta sagrada pela qual se entra ao templo da salvação.

Ponho a teus pés as flôres de devoção; e também sobre o altar de teu Guru Lahiri Mahasaya, percursor do Yoga moderno, e também a de Seu Mestre , o imperecível e onipresente Babaji.

Por Paramahansa Yogananda, ao seu grande guru - Swami Sri Yukteswar Giri.


O Senhor responde àquele que busca, conduzindo-o a um professor ou a livros filosóficos e religiosos que satisfaçam esta sede inicial de compreensão.
À medida que ele absorve os conhecimentos de outras pessoas, seu entendimento se desenvolve e o crescimento espiritual se acelera. Ele se aproxima um pouco mais da verdade, ou seja de Deus. Finalmente, até mesmo esse conhecimento se torna insatisfatório e ele almeja por uma realização pessoal da Verdade. (..) "Li a respeito da Verdade; ouvi a respeito da Verdade. Agora preciso conhece-la!"

Em resposta ao angustiado apelo de Seu filho, o Senhor, em sua compaixão, envia-lhe um mestre iluminado, um verdadeiro guru que, tendo alcançado a realização do Ser, sabe que este Ser é Espírito. A vida de semelhante mestre é uma expressão plena da Divindade.

Swami Shankara descreveu o guru da seguinte maneira:

"Não existe, em nenhum dos tres mundos, nada que possa se comparar a um verdadeiro guru. Se a pedra filosofal existe, ela só pode transformar ferro em ouro e não em outra pedra filosofal. O venerado mestre, por outro lado, torna igual a si próprio o discípulo que busca refúgio a seus pés. O guru portanto, não só é incomparável, mas também transcendental".

Yogananda disse: "O guru é o Deus desperto que acorda o Deus adormecido no discípulo. Através de sua compaixão e profunda percepção espiritual, o verdadeiro guru vê o próprio Senhor sofrendo naqueles que se encontram física, mental e espiritualmente empobrecidos. Por essa razão ele sente ser seu o jubiloso dever de ajudá-los. Ele procura alimentar o Deus faminto no carente; animar o Deus adormecido nos que padecem de ignorância espiritual; amar o Deus inconsciente no inimigo e acordar o Deus semi-desperto no devoto fervoroso. Com um suave toque de amor ele desperta, instantaneamente, o Deus já quase desperto no buscador adiantado. Dentre todos os homens, o guru é o mais generoso.

Assim como o próprio Senhor, sua generosidade não tem limites."

A espiritualidade não pode ser comprada num mercado. Devemos buscar Deus com afinco. Quando abrigas um profundo anelo de encontra-Lo, o Senhor te envia um guru. Um verdadeiro guru constitui um vínculo direto com Deus e abriga um só propósito: presentear seu discípulo ao Pai Celestial. Quando estás em sintonia com um verdadeiro guru, te encontras em sintonia com Deus. Esta relação é eterna. Um guru continua ajudando a seus discípulos - melhor dizendo, a quem o reconhece como tal e segue seus ensinamentos - mesmo depois da morte. Esta é uma lei espiritual.

(Do livro O relacionamento Guru - discípulo)

" Lembrem-se sempre que quando eu tiver deixado este corpo, mesmo não me sendo mais possível falar com vocês com esta mesma voz, eu conhecerei cada um de seus pensamentos e estarei consciente de cada ato que praticarem "

" Depois que eu partir, os ensinamentos serão o guru. Aqueles que seguirem fielmente o caminho da Self Realization e praticarem estes ensinamentos, estarão em sintonia comigo, com Deus e com os Paramgurus que enviaram esta obra ". Paramahansa Yogananda

Partilhando sabedoria deste material que foi cedido pela senciente Monica, do maravilhoso e Divino site Almas Divinas, (clica para conhecer). Neste site dá para sentir a presença de destes seres especiais, com seu perfume embelezando o planeta terrra com sua sabedoria interior.

Muito obrigada Mônica pela doação de luz!

Fonte :http://www.almasdivinas.com.br/vida/seres_iluminados.htm

13 de mai. de 2010

O Limite e a Tolerância

Os maldizentes, como os mentirosos, acabam por não merecer crédito, ainda mesmo dizendo verdades.

A maledicência é uma ocupação e lenitivo para os descontentes.

(Marquês de Maricá)


Introdução

Tudo que é "perfeito" tem limites impostos pelo seu próprio ser ou estado de "perfeição": um ser que manifeste as suas qualidades não o pode fazer sempre em todos os aspectos. O imperfeito, além de não manifestar sua potencialidade, quando o faz, pode fazê-lo de modo a não preencher as características do seu ser.

O homem é um ser social e possui uma individualidade. Não é perfeito e portanto, sob diversos aspectos, limitado. Precisa viver consigo mesmo e com os outros, porém, as leis pessoais não são as mesmas que as sociais. Pelo valor que é a individualidade, alguns homens são melhores em certos aspectos; outros, em outros, e assim a sociedade se completa e a vida social é possível. Mas a moeda tem outra face e o fato das pessoas diferirem em tantos aspectos pode gerar atritos de valores. Os limites das pessoas também são diferentes. Neste ponto começa o limite entre o pessoal e o social. Existem situações que podem ser ignoradas, passíveis de serem aceitas, em prol da sociedade, do bem comum. Mas o limite não é fixo, pode variar muito: toleramos algo numa manhã, mas se o mesmo assunto for apresentado à noite..., passa dos limites. Quereríamos que este limite fosse mais elástico, e de certo modo o é. O limite da tolerância tem por um lado a manutenção da individualidade e por outro a inclusão do individual no social. Se isto não ocorrer, alguns perdem sua individualidade e outros são excluídos e preferem se isolar do convívio social.

Neste conviver, o homem percebe que seus sonhos nem sempre são realidades quando se analisa na perspectiva do tempo. A certeza da morte o incomoda, seja pelo desejo de realizar-se, de deixar uma contribuição para a sociedade, ou pelo nihilismo teórico-prático em que muitos podem mergulhar.

Nossa liberdade é o preço da nossa existência, segundo Rodríguez-Rosado (1976). Existimos como seres humanos livres. Se não tivéssemos liberdade, nossa existência com certeza não seria da mesma forma. Seríamos outros seres, incapazes de optar, pois nosso protocolo seria rígido. Ao optar, por exemplo, entre ficar em casa estudando ou sair com os amigos para descansar, em qualquer um dos casos, mostraremos que somos livres - e responsáveis -, mas pagaremos o preço da nossa livre decisão. Cada ser humano pode optar, e ao escolher exclui algo. E todas as nossas ações podem ser vistas por terceiros, que nos rotulam em função das nossas ações. Existimos e somos, mas nem sempre gostamos de ser rotulados pelos nossos defeitos, modos etc. Algumas pessoas possuem defeitos mais evidentes, que se manifestam no convívio social. A semelhança de uma verruga negra e grande na ponta do nariz; caso estivesse escondida em outra parte do corpo, chamaria menos a atenção. Assim são nossos defeitos. Muitas vezes eles são evidentes, outras não.

A mente humana por vezes tende a caricaturizar em função dos traços ou atitudes negativas daqueles que nos cercam. Melhor seria ver os aspectos positivos dos outros: é mais fácil ensinar algo do que fazer alguém esquecer alguma coisa. Assim, poderíamos afirmar que a primeira impressão é a mais forte. Mas as pessoas mudam, por conta própria ou com a ajuda de terceiros. E no processo de mudança se percebe, por um lado, um limite pessoal; por outro, uma tolerância social. No final de cada interrelação, ambas as partes são capazes de exibir um estado superior ao anterior. É sobre estes pontos que iremos tecer algumas considerações.

A tolerância


A palavra tolerância provem do latim tolerantia, que por sua vez procede de tolero, e significa suportar um peso ou a constância em suportar algo. Teve no passado, e com sentido negativo, a função de designar as atitudes permissivas por parte das autoridades diante de atitudes sociais impróprias ou erradas. Hoje em dia, pode ser considerada uma virtude e se apresenta como algo positivo. Esta é uma atitude social ou individual que nos leva não somente a reconhecer nos demais o direito a ter opiniões diferentes, mas também de as difundir e manifestar pública ou privadamente(1).

Tomás de Aquino diz que a tolerância é o mesmo que a paciência(2). E a paciência é justamente o bom humor ou o amor que nos faz suportar as coisas ruins ou desagradáveis. Ao tratar do tema da justiça, o Aquinate também nos indica que "a paciência - ou tolerância - é perfeita nas suas obras, no que respeita ao sofrimento dos males, em relação aos quais ela não só exclui a justa vingança, que a justiça também exclui; nem só o ódio, como a caridade; nem só a ira, como a mansidão, mas também a tristeza desordenada, raiz de todos os males que acabamos de enumerar. E por isso, é mais perfeita e maior, porque, na matéria em questão, extirpa a raiz. Mas não é, absolutamente falando, mais perfeita que as outras virtudes, porque a fortaleza não suporta os sofrimentos sem se perturbar, o que também o faz a paciência, mas também os afronta, quando necessário. Por isso, quem é forte é paciente, mas não, vice-versa. Pois a paciência é parte da fortaleza."(3)

A diferença de abordagem, seja ela histórica ou dentro dos diferentes campos das ciências particulares, nos permite observar que dentro das humanidades, a tolerância diz respeito ao ser humano ou a sociedade, enquanto que nas ciências exatas, está baseada em leis físico-químicas e biológicas. Alguns exemplos ilustram o uso da palavra (in)tolerância ao longo dos séculos.

No final do séc. XVI, muito se falou de tolerância religiosa, eclesiástica ou teológica. Hoje em dia também se tolera - pacientemente - em pontos que não são essenciais de uma determinada doutrina mesmo que seja em detrimento da mesma, mas para uma melhor convivência social(4).

No passado (desde meados do séc. XIX), maison de tolérance(5) era a casa ou zona de prostituição: muitos toleram esses locais, procurando evitar, assim, a disseminação desses costumes em toda sociedade.

Na medicina, a palavra "tolerância" é utilizada para significar a aptidão do organismo para suportar a ação de um medicamento, um agente químico ou físico. Desta forma, as diferentes espécies toleram de diferentes modos os microrganismos: alguns adoecem e morrem, a outros nada ocorre. Os níveis de tolerância à radiação têm tal limite... Tecnicamente, a tolerância é o limite do desvio admitido dentro das características exatas de um objeto fabricado ou de um produto e as características previstas. Não são todos que suportam os medicamentos, e algo que está fora das normas algumas vezes pode ser tolerado. E assim pode se falar também de suportar fisicamente ou mentalmente algo pesado; em tolerar erros gramaticais; assim, podemos descer um degrau, recebendo o conhecimento neste nível, o qual é mais tolerável; algo pode ser tolerável, inclusive indiferente, aceitável: "o almoço foi bastante tolerável". Até mesmo dentro da ecologia Odum (1953) no seu livro Fundamentos de Ecologia coloca exemplos de limites de tolerância dentro da natureza(6).

Dentro das leis físicas, o universo tende a se desorganizar. Por outro lado, tudo que está vivo, tende a se organizar. Mas o homem, sendo livre, pode "ajudar" a desorganizar o mundo. Como num processo de tentativa e erro, as pessoas buscam soluções para viver consigo mesmo e com as demais. Às vezes parece que temos na mão um saco cheio de bolas, que tentamos arremessar e colocá-las dentro de um buraco distante. De modo simplista, dizemos que podemos acertar ou não, mas na prática, as coisas não ocorrem bem assim. O acerto aparece como uma vitória. Foram centenas de arremessos, e um acerto! Tolerar é aceitar os limites, é na realidade ser paciente. A paciência é justamente aceitar o desagradável, com bom humor.

Também na literatura universal, existem alguns provérbios que nos recordam a tolerância.

Tolérance n’est pas quittance(7), que poderíamos traduzir por: "Tolerância não é liberdade total...". Numa pequena cidade do interior, um deficiente físico, sem pernas, perambulava pela cidade com auxílio das duas mãos e o apoio do tronco. Durante anos, no seu trajeto, era debochado por um homem que dizia: - Vai gastar o... Um dia ele perdeu a paciência e matou o importunador. Na justiça, o aleijado foi duramente atacado, e tido como assassino cruel. O advogado, ao iniciar a defesa, falou durante dez minutos elogiando a qualidade de cada membro do júri, até que o juiz interrompeu: - Se o senhor não iniciar a defesa, não permitirei que prossiga. Sabiamente, o advogado respondeu: - Meritíssimo, se o senhor não agüentou dez minutos de elogios, imagine a situação do réu que suportou anos de insultos... Nestes casos, pode valer o provérbio: "Não seja intolerante a menos que você se confronte com a intolerância"(8).

Quanto à tolerância, costumamos atuar, como diz o provérbio, "com dois pesos e duas medidas": tendemos a ser muito complacentes com os desvios de nossa conduta (e isto quando os reconhecemos...) e implacáveis com os outros: não lhes damos o tempo necessário para mudar. De fato, abandonar um mau costume e atuar de modo completamente oposto é uma tarefa que exige esforço e pode durar meses ou anos... E, quanto aos outros, exigimos que tudo ocorra no mesmo instante, esquecendo que as coisas têm seu ritmo natural. Um feijão demora para germinar, crescer, florir, dar a vagem... e nós às vezes somos semelhantes às crianças, que deixam o feijão no algodão do pires com água, e no dia seguinte se decepcionam com a ausência de vagens. Para viver, deixar viver(9).

O que leva duas pessoas a entrarem em discórdia? A invasão do direito alheio, o ultrapassar o limite de tolerância, a incapacidade de compreensão mútua ou própria, a falta de empatia, a nossa própria natureza, o nosso temperamento. Somos limitados, e isto se manifesta também no modo tosco com que nos relacionamos muitas vezes com as pessoas.

A distância que existe entre as pessoas, em parte é criada por cada um. Às vezes percebemos que com alguns, já num primeiro momento, se consegue chegar perto, e falar sem gritar ou mandar mensageiros, mas nem sempre é assim. É preciso usar a inteligência, para encontrar o caminho da comunicação entre as pessoas. Inteligência e vontade de querer se comunicar... ou não.


Os limites


Nossas limitações são patentes. Não somos o que queremos, não fazemos tudo que sonhamos, não temos o dom de estar onde desejamos. Dentro destes limites é que nos movemos. Conhecer os limites pessoais e os dos outros - pois somos seres que não se repetem - é uma tarefa que dura toda a vida. O limite também não é algo estático, as pessoas mudam. Logo, o sistema de comunicação entre as pessoas é algo dinâmico e tem suas "leis" próprias, que cabe a cada um descobrir em cada momento. Em vez de gastar tempo reclamando que não existe comunicação, poderemos empregá-lo, verificando como estabelecer esta relação.

Por outro lado, quando as pessoas se aproximam, uma tem em relação a outra uma expectativa. Na prática existe também um pré-conceito, mas por ora, vale a pena refletir sobre a expectativa.

Expectativa


Nossas atividades estão inseridas no contexto da expectativa. Spes em latim, significa tanto esperança como expectativa de algo feliz. Um novo emprego, um novo trabalho, uma nova amizade geram expectativas. Alguns defendem a postura de não ter expectativa de nada, e assim, o que ocorrer de bom nos fará felizes. Mas isto não condiz com a etimologia da palavra. Temos esperança de que se agirmos de um modo, seremos felizes. Se nos relacionamos com alguém, é porque precisamos deste alguém, ou gostamos de estar com ele.

Quando um aluno se aproxima do professor para pedir um estágio, ambos têm uma expectativa. Explicitar estas expectativas um ao outro, evita a decepção. O combinado não sai caro, reza o ditado popular. Desta forma se evitaria a conhecida antropofagia...

A antropofagia nos une, quando os interesses pessoais têm a possibilidade de serem supridos pelas habilidades alheias. Agumas vezes o aluno apenas quer uma bolsa, ou aprender uma técnica, publicar um trabalho, decidir sua vida profissional; ou talvez ele esteja querendo ficar no estágio uma semana, um mês, um ano... sua vida toda. E como iremos saber se não perguntarmos? O professor também espera algo do aluno. Às vezes de modo possessivo, outras vezes de modo diferente, como mão de obra. Pode pensar também num talento para vida acadêmica, e se por um lado vê um discípulo, não pode deixar de encobrir as dificuldades pelas quais irá passar. Mas isto tudo, não passa de dúvidas. Um tem expectativa do outro, e nada mais lógico e razoável que exista um diálogo entre ambos, antes de iniciar as atividades. Alguém tem expectativa de alguém, mas ninguém não tem expectativa de ninguém... E os outros são para nós alguém... ou ninguém?!


Compreensão


Compreender cada um como é, acaba sendo o melhor modo de interagir. As vezes as pessoas precisam de peixe, outras vezes, precisam de trabalho educativo sobre a pesca, e sempre atenção externa de outras pessoas. Todos precisamos de cúmplices em nossas atividades.

Compreender, querer, perdoar. Esta tríade resume bem o relacionamento humano ideal. Da cultura popular somos capazes de lembrar: "Deus perdoa sempre, os homens de vez em quando, a natureza nunca" ou "Errar é humano, perdoar é divino". O perdão absoluto é divino. Nós podemos ter o ideal de perdoar, mas nem sempre conseguimos, como na terrível fórmula: "Perdoar, eu perdôo; mas esquecer, não esqueço...".

O erro das pessoas leva às vezes a conseqüências sérias para um perdão imediato. A reação pessoal ou social contra aquele que errou, pode ser irasciva, vingativa, punitiva. Mas o que se quer mesmo, é que aquele que errou, e com isto de certa forma agrediu, reconheça e mude. Talvez precise sofrer as conseqüências do seu ato para merecer o perdão. Não reconhecer o próprio erro ou de certa forma encobri-lo já consiste em parte da pena, por não se adequar com a verdade. Perdoar antes porém, abre uma porta honrosa para o agressor, que não precisa gastar tempo se justificando. Aqui vale mais uma definição do ser humano: aquele que é capaz de se desculpar e justificar em todos os seus atos, mas que ficaria envergonhado de manifestar esta desculpa ou justificativa em voz alta para outros. Sim, as desculpas que damos a nós mesmos para fazer coisas erradas, não convencem...

O castigo piora o ruim e melhora o bom, e como o bom deve ser melhorado, não se deve evitar o castigo. Mas, o ruim? Não merece o castigo, ou além do castigo precisa de algo para melhorar? Talvez precise também da compreensão... As pessoas aprendem também pelos erros, próprios ou alheios, históricos ou do presente. Quanto maior o erro, piores as conseqüências, e menores as chances de errar de novo. A evidência do erro para a sociedade mexe com os brios daquele que errou. A compreensão não pode ser confundida com a cumplicidade no erro; a cumplicidade está associada ao desejo de ser solidário com a pessoa que errou e disposição de ajuda para reverter esta situação. Esta aventura de compreender implica num compromisso. O amigo, é aquela pessoa que apesar de conhecermos perfeitamente como é, continua sendo amigo ou: "O amigo é o amigo do amigo".

O perdão, pode ser imediato ou não, com consequências ou sem elas. Ora, o tempo é apenas uma convenção, mas nem por isto deixa de existir... As pessoas, como o bom vinho, melhoram com o tempo ou, para continuar remetendo a provérbios: "O tempo é o melhor remédio". As pessoas, como já dissemos, buscam sempre uma justificativa para os seus atos, e também para perdoar. Em todos estes casos, é difícil ter a medida, pois a pena deve ser proporcional a ofensa, e o ofendido mostra que é grande, perdoando. As leis positivas neste sentido são como que a segurança da sociedade, na tentativa de se estabelecer uma medida; um verdadeiro protocolo social a ser atingido.

Sintonia


Uma rádio que está sintonizada, pode ser escutada sem ruídos, interferências. Escutar é um ato humano que reflete uma disposição interior. Peter Drucker dizia que "o verdadeiro comunicador é o receptor". Escutar é permitir o diálogo. A prática medieval de dialogar num debate, merece ser lembrada. Enquanto um falava, o outro era obrigado a escutar, pois antes de colocar seu ponto de vista, era obrigado a repetir a idéia do primeiro - com sua expressa aprovação - antes de colocar a sua resposta. Alguns têm o defeito quase físico de não escutar e a partir deste ponto seguem as discórdias.

Essencial, importante e acidental


Uma classificação das realidades pode incluir estas três divisões: essencial, importante e acidental. Talvez exista desacordo no que incluir em cada item. Pensar antes de discutir se aquilo é essencial ou importante ou acidental, em muito reduziria as discussões. Usar a inteligência para identificar exatamente onde se pretende chegar, também é uma forma de diminuir os problemas. Seja na via direta, não "criando" problemas, seja indiretamente, pela compreensão das realidades limitadas.

"Humildade não faz mal" - esta máxima popular, ajuda a retratar mais uma vez a dificuldade que temos de enxergar o mundo real. Por um lado, temos esta deficiência, e por outro temos a teimosia de justificar os atos errados. Se o diálogo amigo nos faz ver o erro, nada melhor que reconhecer. A humildade é a verdade... e a humildade não faz mal!

Ignorância e preconceito


As pessoas muitas vezes não atuam de modo errado por má fé, e sim por ignorância. Com certeza fariam de modo distinto, se soubessem como fazer. Esta tarefa não tem fim, e questionar-se sobre o empenho pessoal de diminuir o nível de ignorância, nos faria no mínimo reconhecedores da dívida social que carregamos. Aprendemos tanto, e por este motivo somos capazes de questionar as deficiências. Não são os professores e pais os únicos interessados. Ninguém dá o que não tem, e por isto sempre temos algo que dar a outrem, e assim diminuir a ignorância.

Outro ponto é o preconceito... O preconceito gera um prejuízo (e também um prejuízo). Uma idéia pré-concebida cria uma barreira para compreender a realidade. Uma pessoa que não queira ouvir, ver ou escutar, tem muitas vezes o preconceito de não aceitar que os outros possam pensar de modo diferente.

Considerações finais


A incapacidade pessoal provada, leva a ressaltar os possíveis limites alheios em vez de reconhecer os próprios.

No convívio social, a tolerância com os demais, clama por uma interação. Ou se ajuda, ou se atrapalha. A indiferença explica mas não resolve.

Mas a quem ajudar? E como ajudar? Castiga o bom e ele melhorará, castiga o ruim e ele piorará. Ou É melhor ensinar a pescar que dar o peixe. Como resolver situações pontuais, sem levar em conta o princípio da subsidiariedade? Se ajuda quem precisa, até que ela tenha condições de independência para aquele tipo de ajuda. Assim se respeita a autonomia, se exerce a autoridade, se compreende o verdadeiro valor da humildade.

As crianças mimadas representam um problema para a sociedade. As pessoas precisam de afetividade, mas mimar é dar mais do que elas realmente precisam. Com certeza, a tolerância e sua medida requerem um salutar e apaixonante exercício de análise e síntese. Esta é a postura de quem quer simplificar as coisas para ter o tempo livre, ou o ócio tão necessário em nossos dias.

Tolerância zero, é um tipo de lei social, que não permite o erro sem punição. Isto é levar em conta, que as pessoas são boas... Castiga o bom e ele irá melhorar... Mas o homem não é bom por natureza. Ele pode se fazer bom, se tem disposição de ser, pois o homem é um ser axiotrópico.

Não ter tolerância com qualquer tipo de erro, de certa forma ajuda a resgatar o que é próprio da personalidade humana: participação, unicidade, autonomia, protagonismo, liberdade, responsabilidade, consciência, silêncio, provisoriedade e religião. Höffner (1983). Cada uma das características do ser humano poderiam ser exploradas neste estudo, mas o protagonismo talvez seja o que mais atenção mereça. Somos sujeitos do nosso pensar, agir e omitir. Nossos atos assumem um caráter irrevogável do nosso eu. Podemos arrepender-nos, mas não nos desfazer nossos atos(10). E numa sociedade onde tudo é socialmente aceito, tudo acaba sendo tolerado. As pessoas perdem a noção do que é certo ou errado. A inteligência deixa de discernir, e a vontade fica fraca para agir. As pessoas prezam o que lhes é caro, e o dinheiro é caro a todos. Assim multar é uma forma de obrigar as pessoas a refletirem sobre si mesmas e a sociedade. Isto não é um direito, é uma tolerância(11).

Quem não vive como pensa, acaba pensando como vive. Aprender a observar a realidade do ser pessoal e do ser social é a melhor forma de compreender o limite que existe nas coisas e nas pessoas. Caso contrário, gastar-se-ia tempo moendo água, encontrando defeitos onde existem apenas características. Com certeza assim, seremos mais tolerantes com os outros e conosco próprios.

Para finalizar, vale a pena recordar os ensinamentos de Sócrates, recolhidos por Reale & Antiseri (1990) "A felicidade não pode vir das coisas exteriores, do corpo, mas somente da alma, porque esta e só esta é a sua essência. E a alma é feliz quando é ordenada, ou seja, virtuosa. Diz Sócrates: Para mim quem é virtuoso, seja homem ou mulher, é feliz, ao passo que o injusto e malvado é infeliz. Assim como a doença e a dor física são desordens do corpo, a saúde da alma é a ordem da alma - e esta ordem espiritual ou harmônica interior é a felicidade"(p. 92).

Rogério Lacaz-Ruiz
Prof. Dr FZEA/USP
roglruiz@usp.br
Anne Pierre de Oliveira
Acadêmica da FMVZ/USP
pierrot7@hotmail.com
Viviane Scholtz
Acadêmica da FMVZ/USP
vivisi@mailcity.com
Nelson Haruo Anzai
Pós-Graduando da FMVZ/USP
nhanzai@mailexcite.com

Referências Bibliográficas

Le Petit Robert Dictionnaire de la Langue Française. [en CD-ROM] Liris Interactive : Paris, 1996.

The Oxford English Dictionary 2ed. [on CD-ROM] Oxford : Oxford Univ. Press, 1992.

Höffner, J. Christliche Gessellschaftslehre. Verlag Butzon & Becker. 1983.

Maloux, M. Dictionnaire des proverbs sentences et maximes. Paris: Larousse, 1986. p.516.

Morató, J.C.; Riu, A.M. Diccionario de filosofía en CD-ROM. Barcelona: Editorial Herder. 1996.

Reale, G.; Antiseri, D. História da filosofia. vol. I. São Paulo : Paulus, 1990. p.92.

Rodríguez-Rosado, J.J. La aventura de existir. Pamplona : Eunsa, 1976.

1. "En principio, la idea de tolerancia como actitud social razonada filosóficamente, tiene un origen religioso: surge a partir de los primeros años de la reforma protestante, hacia los siglos XVI-XVII, cuando la autoridad política se enfrenta al hecho de que los súbditos no aceptan la religión oficial; a los tiempos de unidad religiosa, en que domina la concordia doctrinal entre el «imperio» y el «sacerdocio», suceden tiempos en que se impone el principio de cuius regio, eius religio, decidido como derecho de los príncipes -ius reformandi- en la paz de Augsburgo (1555) y en la de Westfalia (1648). Con la afirmación, al mismo tiempo, de la libertad de conciencia, por parte de los teóricos reformados, y el creciente influjo de ideas humanistas que favorecen la autonomía de los asuntos que se consideran humanos, se llega a la separación práctica de Iglesia y Estado y, pronto, a la justificación teórica de la misma. Aparecen múltiples argumentaciones a favor de la separación y de la libertad de conciencia: se insiste en que la fe se ha de practicar de forma voluntaria; que la verdad no ha de imponerse por la fuerza, sino por sí misma; que la persecución no está de acuerdo con la caridad cristiana, etc. No fue de poca importancia la insistencia de determinadas «sectas» religiosas, comunidades religiosas separadas de las confesiones dominantes, que difundieron de forma más organizada la idea de que la Iglesia ha de ser una asociación de pertenencia voluntaria. (...) La defensa filosófica de la tolerancia, a partir de la segunda mitad del s. XVII, toma sus argumentos, a favor de la libertad de conciencia, de la naturaleza racional del hombre y de principios de la ley natural, e insiste en que la libertad de creencias y costumbres forma parte del derecho natural y se distingue claramente entre ley civil y ley divina." (cf. Morató & Riu, 1996).

2. Tolerantia vero est idem quod patientia (cf. Sent. ds. 33 q. 3 a. 3 c).

3. Summa Theologica. Thomae Aquinatis (I-II, 66, 4).

4. Daí derivam as expressões tolérance civile, marge de tolérance etc. (cf. Le Petit Robert Dictionnaire de la Langue Française, 1996)

5. Cf. Le Petit Robert Dictionnaire de la Langue Française, 1996.

6. "Trees give way to grassland as the amount of available water drops below the limits of tolerance for forests" (cit. por The Oxford English Dictionary, "tolerance", 1992).

. J.Heywood, Proverbs in the English Tongue [1546], In: Maloux (1986), p.516.

. N’ayez d’intolerance que vis-à-vis de l’intolérance. Provérbio francês - Hippolyte Taine, [1828-1893], In: Maloux (1986), p.516.

. Pour vivre, laisser vivre. Provérbio espanhol - Balthasar Gracián, Oraculo manual, 192. [1647], in Maloux (1986), p.516.

. Cf. Lacaz-Ruiz (1998) Projeto provérbios para escolas de primeiro e segundo graus. Mandruvá : São Paulo, 1998. p.55-60.

. Ce n’est pas un droit, c’est une tolérance. (cf. Le Petit Robert Dictionnaire de la Langue Française, 1996).


Fonte: http://www.hottopos.com/videtur5/o_limite_e_a_tolerancia.htm