5 de mai. de 2011

MAHAVATAR BÁBAJI


Existem muito caminhos para subir a montanha, e cada um de nós deve escolher a prática que sentirmos verdadeira para o nosso coração. Não é necessário que você avalie as práticas pelos outros, mas por si mesmo, que é denominada 'causa kármica religiosa'. Também tem que lembrar que as práticas, em si, são simples veículo para que você desenvolva a percepção consciente, a bondade e a compaixão no caminho da liberdade. E isso é o bastante.

Essa é uma transcrição do livro Autobiografia de um Yogue, de Paramahansa Yogananda, feita por
Mônica do site 'Almas Divinas', e cedida com muita gentileza e amor ao Mahavatar Bábaji para que eu pudesse embelezar esse espaço com a luz de um yogue.

"Para muitos pode ser incompreensível a existência de um ser tão magnifíco, mas aqueles que abrem o coração ao grande mistério, recebem seu toque sublime e em algum momento de suas vidas, sentem sua presença amorosa."


Os penhascos do Himalaia ao norte, perto de Badrinarayan, ainda são abençoados pela presença viva de Bábají, guru de Láhiri Mahásaya. O recluso mestre conserva sua forma imortal há séculos, talvez milênios. O imortal Bábají é um avatára, que em sânscrito significa a descida da Divindade.

Um avatar não está sujeito à economia universal; seu corpo puro, visível como imagem de luz, acha-se livre de qualquer dívida com a natureza.

O olhar casual talvez não veja nada de extraordinário na forma de um avatar, mas este não projeta sombra nem deixa qualquer pegada no chão. Estas são provas externas, simbólicas, de se haver liberado interiormente da treva e da escravidão à matéria.

A falta de referência histórica a Bábají não nos deve surpreender. O grande guru jamais apareceu ostensivamente em qualquer século; o equívoco brilho da publicidade não tem lugar em seus planos milenares.



Semelhante ao Criador, único mas silencioso poder, Bábají opera em humilde anonimato. Grandes seres como Cristo e Krishna vêm ao mundo com um objetivo específico e espetacular; e partem assim que o realizam. Outros avatares, como Bábají, incumbem-se de obras relacionadas com o lento progresso evolutivo do homem através dos séculos.

Tais mestres sempre se ocultam ao olhar grosseiro do público e têm o poder de se tornar invisíveis à vontade. Por estas razões, e porque geralmente instruem seus discípulos para que mantenham silêncio a respeito de si, algumas figuras espirituais do mais alto porte permanecem desconhecidas para o mundo.


Este avatar usa geralmente o idioma hindu, mas conversa facilmente em qualquer língua.

O imperecível guru não mostra sinais de idade em seu corpo. Parece um jovem de 25 anos, não mais. De epiderme clara, o belo e vigoroso corpo de Bábají irradia um brilho perceptível. Seus olhos são pretos, serenos e ternos; seu longo e lustroso cabelo é cor de cobre.

Bábají pode ser visto ou reconhecido somente quando assim o deseja.

Sabe-se que ele aparece sob formas pouco diferentes, a vários devotos.

Seu corpo incorruptível não requer alimento; o Mestre por isso raramente come.

Ao visitar discípulos, num gesto de cortesia, aceita ocasionalmente frutas ou arroz cozido em leite e manteiga.


Um ávatar vive no espírito onipresente; para ele não existe distância ao inverso quadrado. Portanto, só um motivo existe para que Bábají conserve sua forma física de século para século: o desejo de dar a humanidade o exemplo concreto de suas próprias possibilidades.

Desde o início Jesus conhecia a sequência de sua vida; percorreu cada etapa não em proveito próprio, devido a qualquer compulsão cármica, mas unicamente para soerguer e alentar os seres dotados de reflexão.

Também para Bábají não há passado, presente e futuro - categorias relativas- pois desde o princípio ele conhecia todas as fases da sua vida.

Bábají foi escolhido por Deus para permanecer em seu corpo, enquanto durar este ciclo do mundo. As eras hão de vir e de findar. O mestre imortal porém, contemplando o drama dos séculos, sempre estará presente no palco terrestre.

Láhiri Mahásaya afirmou, que sempre que se pronuncie com veneração o nome de Bábají, o devoto atrai uma benção espiritual instântanea.

* No primeiro encontro entre Bábají e Láhiri, Bábají prometera que apareceria sempre que Láhiri o chamasse, entretanto, após alguns chamados inesperados, (narrados com humor adorável no livro de Yogananda), Bábají alterou o tom da promessa: "doravante não virei mais sempre que me chamar, mas sempre que "precisar" de mim...."*

Assim foi que pouco depois, numa viagem curta de férias profissionais, Láhiri foi a uma Kumbha Mela (festa espiritual nas ruas; comum na India). Ao vagar entre a multidão de monges e sádhus,notou um asceta coberto de cinza, que segurava uma escudela de mendingo. Em sua mente surgiu o pensamento de que o homem era hipócrita, por usar símbolos exteriores de renúncia, sem a graça interna correspondente.

De repente, seu olhar surpreendido caiu em Bábají, ajoelhado diante de um anacoreta de cabelos emaranhados.

"Senhor, que faz aqui?"

"Estou lavando os pés deste homem de renúncia, e depois lavarei seus utensílios de cozinha. - Respondeu Bábají com um sorriso de criança".

"Compreendi então que me indicava sua vontade de que eu a ninguém criticasse, porém visse o Senhor residindo igualmente em todos os templos-corpos, fossem de homens superiores ou inferiores.

"E acrescentou Bábají, o grande guru: servindo a sádhus ignorantes e sábios, estou aprendendo a maior das virtudes, a que agrada a Deus acima de todas as outras - a humildade".

* Naturalmente que transcrevi aqui apenas um minúsculo resumo, pois na autobiografia encontramos relatos muito mais ricos de cenas esplêndidas sobre Bábají e ainda assim, apenas alguns fatos que ele próprio permitiu - conforme afirma Yogananda - por serem convenientes e úteis à divulgação pública. Mais dados sobre Bábaji voce encontra no próximo link e em "A chave de Kriya".




O estado espiritual de Bábají está além da compreensão humana. A raquítica visão do homem não pode penetrar através de sua estrela transcendental.

Procura-se em vão imaginar o alcance de um avatar. É inconcebível.

A missão de Bábají na India tem sido a de dar assistência aos profetas na execução das tarefas específicas que a vontade divina lhes atribui.

Qualifica-se assim, como aquele que as Escrituras chamam de Mahávatár (Grande Avatar). Ele afirmou ter dado a iniciação iogue a Shânkara,reorganizador da Ordem dos Swâmis, e a Kabir, famoso mestre medieval.

Seu principal discípulo no século 19, como sabemos, foi Láhiri Mahásaya,que infundiu vida nova à perdida arte de Krya.

Bábají vive em comunhão com Cristo; juntos enviam vibrações redentoras e juntos planejaram a técnica espiritual de salvação para esta época.

O trabalho destes dois mestres completamente iluminados - um com corpo, e o outro sem - é inspirar as nações a renunciarem às guerras, aos ódios de raça, ao sectarismo religioso e ao materialismo, cujos males atuam como bumerangues.

Swâmi Kebalananda, meu santo instrutor de sânscrito, passou algum tempo com Bábají no Himalaia.

" O incomparável mestre move-se com seu grupo, de um lugar a outro nas montanhas - disse-me Kebalananda. - Seu pequeno séquito conta com dois discípulos americanos sumamente adiantados.

Depois de permanecer em certa localidade por algum tempo, Bábají diz: "Dera danda uthao" (levantemos nosso báculo e acampamento).

Ele carrega um danda (báculo de bambu). Suas palavras são o sinal para o grupo mover-se instantaneamente a outro lugar. Nem sempre ele emprega o método de viagem astral; às vezes vai a pé, de cume a cume."


"Conheço dois assombrosos incidentes da vida de Bábají - prosseguiu Kebalananda.

Estavam seus discípulos sentados, certa noite, em torno de uma enorme fogueira que ardia para uma cerimônia védica sagrada. O guru, de súbito, agarrou uma acha incandescente e golpeou de leve o ombro de um chela, próximo ao fogo."

"- Senhor, que crueldade! - Láhiri Mahásaya ali presente, fez esta censura."

"- Voce preferia ve-lo arder até ficar em cinzas, segundo o decreto de seu carma passado?"

"-Com estas palavras, Bábají colocou sua mão curadora sobre o ombro desfigurado do chela:" - Livrei-o esta noite, de uma dolorosa morte. A lei cármica cumpriu-se satisfatóriamente com seu leve sofrimento pelo fogo."

"Em outra ocasião, o santo grupo de Bábají foi perturbado pela chegada de um estranho. Com admirável habilidade, ele escalara os penhascos até a plataforma quase inacessível, próxima ao acampamento do guru."

"- O senhor deve ser o grande Bábají. - O rosto do homem iluminara-se com inexprimível veneração. - Estou à sua procura, sem desistir, durante meses, entre esses rochedos proibitivos. Suplico-lhe, aceite-me como discípulo."

"Como o grande guru não desse resposta, o homem apontou para o abismo revestido de rochas, abaixo da plataforma. - Se recusar, eu me atirarei desta montanha.

A vida não terá mais valor para mim, se não puder obter sua direção espiritual em minha busca de Deus.

"- Então salte - disse Bábají sem emoção. - Não posso aceitá-lo em seu atual estado de desenvolvimento."

"O homem arremessou-se do penhasco imediatamente. Bábají deu instruções aos díscipulos surpresos para trazerem o corpo do desconhecido.

Quando regressaram com a forma destroçada, o mestre colocou a mão sobre o morto. Milagre! ele abriu os olhos e prostrou-se com humildade ante o guru onipotente."

"- Agora voce está pronto para o discipulado. - Bábají sorriu com afeto para o ressucitado chela. - Voce passou corajosamente a difícil prova. (era um teste de obediência. Quando o mestre iluminado ordenou: "salte", o homem obedeceu. Se hesitasse, renegaria sua afirmação de que considerava a vida destituída de valor sem a orientação de Bábají. Por isso, apesar de drástico e invulgar, o teste foi perfeito naquelas circunstâncias.)"

"- A morte não voltará a tocá-lo; agora voce é um dos imortais de nosso rebanho."

" A seguir, pronunciou a costumeira ordem de partida:"Dera danda uthao"; o grupo inteiro sumiu da montanha."



Um avatar vive no Espírito onipresente; para ele não existe distância inversa ao quadrado. Portanto, só um motivo existe para que Bábají conserve sua forma física, de século para século: o desejo de dar à humanidade o exemplo concreto de suas próprias possibilidades. Se ao homem jamais fosse concedido vislumbrar a Divindade revestida de carne, ele permaneceria oprimido pela pesada ilusão (maya) de que não pode transcender sua condição mortal. Link

(Trechos transcritos da Autobiografia de um Iogue Paramahansa Yogananda)

Devemos honrar na prática aquilo que empenhamos nossa palavra no iníco da trajetória, assim agradeço muitíssimo aos mestres do Yoga, porque foram os iniciadores da minha vida espiritual nessa reencarnação.

Esses texto foram transcritos do livro de Paramahansa Yogananda e cedidos por Mônica do site ALMAS DIVINAS, que muito amor no coração desapegado libertou o seu trabalhou para que outros pudessem ler noutros espaços da internet.

Paz Profunda!

Fonte: http://www.almasdivinas.com.br/vida/babaji.htm

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu sempre ouvi falar de Babaji, mas nunca li nada. Gostei muito, é muito para minha cabeça. Lívia