3 de jun. de 2014

CONHECIMENTO E VERDADE


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Dalmo Duque dos Santos           


"O conhecimento é a única porta de acesso à verdade. Sem ele é praticamente impossível evoluir e a recusa ao seu acesso é um gesto de rebeldia e indiferença contra as leis do Universo.

 Quando aceitamos o conhecimento, reconhecemos que precisamos progredir intelectualmente e nos transformar espiritualmente, atitude que significa sempre luz e bem-aventurança. Significa também comprometimento, já que a posse do mesmo nos torna responsáveis pelas implicações dessas informações, seja em no plano individual, seja no coletivo. 

Quando recusamos o conhecimento, negamos a necessidade de progredir e bloqueamos a nossa maturação espiritual. Sofremos, quase sempre, as consequências negativas desse gesto, geralmente um sentimento de culpa e uma sensação de impotência diante das situações delicadas e desafiadoras. 

Mas Deus sempre insiste e renova constantemente as possibilidades de acesso à Verdade. Essas oportunidades são praticamente inesgotáveis, mesmo quando estamos mergulhados em provações ou em graves processos expiatórios. Esta a essência das bem-aventuranças, conselhos sábios para todos aqueles que recusaram a luz do conhecimento ou então , mais grave ainda, impediram que seus semelhante não tivessem a cesso à ela. 

Assim como são verdadeiras as cores do arco-íris, e inegáveis as sonoridades das notas musicais, sete também são os tipos de conhecimentos manifestados na experiência humana : 

  • O Conhecimento MÁGICO (descoberta instintiva): os seres primitivos, ainda muito influenciados pelo instinto animal, descobrem de maneira mágica e infantil os fenômenos e recursos da Natureza. Era Pré-história
  • O Conhecimento EMPÍRICO: adquirido pelo esforço da experiência prática. Exemplo: o mecânico quando busca solução para o conserto ou construção de uma máquina; o lavrador quando desenvolve uma variedade de sementes. Era Agrícola.
  • O Conhecimento REVELADO (transcendente): adquirido através das manifestações paranormais. Exemplo: as revelações religiosas históricas da Bíblia, do budismo, etc. Era Teológica.
  • O Conhecimento LÓGICO-RACIONAL (relação de causa e efeito): adquirido pela observação repetitiva dos fenômenos. Exemplo: os cientistas quando estudam os fenômenos da Natureza no ambiente ou no laboratório. Era da Razão.
  • O Conhecimento EXPERIMENTAL: obtido pela observação sistemática e metodológica da pesquisa científica. Tese, antítese e síntese. Era Industrial. Era Positiva.
  • O Conhecimento INTUITIVO: domínio do Super consciente e das inteligências voltadas para os problemas subjetivos, interiores e espirituais. Era Psicológica e Espiritual. 

A inter-relação desses conhecimentos é que forma o conjunto de CONCEITOS que temos sobre as coisas, isto é, a definição mais próxima que temos da Verdade. Quanto mais distante da verdade for o conhecimento, mais ele manifesta-se como PRÉ-CONCEITO, isto é, algo não definido, falso e mal formulado. 

Na sua formação mental e social o ser humano desenvolve os VALORES para o exercício do juízo nas escolhas e decisões. É nesse percurso que desenvolvemos também os preconceitos mais comuns: raça, cor, sexo, origem, classe, profissão, religião, opinião, comportamento, gosto, condição pessoal, etc. 


Muitos deles são adquiridos de forma inconsciente e por isso manifestam-se também de forma inconsciente, sem o nosso controle. Qualquer situação ou atitude que se choca com os nossos VALORES desperta uma reação de defesa em forma de preconceito. A distinção entre o preconceito e o conceito geralmente é obtida pela postura crítica (capacidade de observância e percepção), distinguindo o que é ESSENCIAL do que é SUPERFICIAL. Isso só não acontece quando nos sentimos ameaçados ou quando aplicamos uma análise crítica da situação. 


Mas a postura crítica não ocorre somente no terreno lógico-racional (causa e efeito ou tese, antítese e síntese); ocorre também no plano emocional, pois é nele que estão gravados os preconceitos mais graves, onde nossas rejeições se manifestam de forma mais agressiva, ainda que camufladas. 

Nesse caso, o caminho mais seguro para evitar ataques inconseqüentes é sempre a autocrítica e o autoconhecimento. Quando deixamos a nossa emoção avaliar determinas situações quase sempre fazemos julgamentos (gosto ou não gosto) e consequentemente condenamos ou absolvemos de acordo com os nossos valores, que nem sempre são os mais corretos. 

Querer conhecer e criticar os outros é sempre um risco de julgamento superficial e projeção equivocada dos nossos limites e defeitos. Para não julgar, nem cair em erro, é preferível sempre aceitar. E aceitar não quer dizer concordar nem aplaudir, mas simplesmente não julgar. 

Essa foi a experiência que os grandes sábios se esforçaram para ensinar aos seres humanos a ideia de Vida Plena, ou seja, a aquisição de graus mais elevados de consciência e felicidade. Nas parábolas e exemplos desses sábios de todos os tempos encontramos sempre preciosos antídotos contra os preconceitos, quase sempre identificados nos personagens ou nas situações por eles relatadas."



Artigo Reproduzido com Autorização do Autor

Foi encontrado nesta fonte:
http://www.ieja.org/portugues/Estudos/Artigos/p_conhecimentoeverdade.htm



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